O dogma da ressurreição da carne no final dos tempos, ainda aceito pelos nossos irmãos católicos e protestantes, embora interpretado de maneira diversa pela Doutrina Espírita, tem o mesmo sentido moral, filosófico e religioso da reencarnação por conceber, igualmente, a ideia do nascer de novo.
A reencarnação, um dos princípios básicos da Doutrina Espírita, consiste no nascer de novo, através do processo das vidas sucessivas.
Os Espíritos mensageiros da Terceira Revelação não vêm, portanto, negar ou subverter os ensinamentos anteriores, como pretendem alguns. Como é chegado o tempo de substituir a linguagem figurada falam sem alegorias, dando às coisas um sentido claro e preciso que não possa ser objeto de nenhuma falsa interpretação.
A Ciência, todavia, demonstra que é impossível a ressurreição da maneira como é vulgarmente entendida, pois o corpo físico é decomposto depois da morte e os elementos que o constituem irão formar novas substâncias.
Outra aparente divergência, provocada também pela interpretação desarrazoada das antigas escrituras, é a crença na existência de lugares materiais e circunscritos para as recompensas e as penas futuras.
A localização absoluta dos lugares de recompensas e de penas, isto é, o céu e o inferno, nos dizeres do Codificador da Doutrina Espírita, “só existe na imaginação dos homens...”
O que se denomina por purgatório é, também, uma figura pela qual se deve entender não como um lugar determinado e sim como o estado dos Espíritos imperfeitos que estão em expiação até a purificação completa que deve elevá-los ao plano dos Espíritos felizes.
O inferno é sinônimo de sofrimento, mas não se trata de uma fornalha e sim de um estado de desolação e de dor em que se encontra, temporariamente, o homem.
Devemos entender a palavra Céu como espaço universal. São os mundos superiores em que os Espíritos gozam de todas as suas faculdades, sem as tribulações da vida material nem as angústias inerentes à inferioridade.
- Texto organizado por Luiz Gonzaga S. Ferreira ·
- 20/04/2010
- Consultas: “O Livro dos Espíritos” (Allan Kardec)
- “O Céu e o Inferno” ((Allan Kardec)
Nenhum comentário:
Postar um comentário