sábado, 24 de julho de 2010

A FELICIDADE E A REFORMA ÍNTIMA - 33

Sabemos que a felicidade terrena é relativa à posição de cada um, e que as causas das nossas aflições decorrem da vida presente e das vidas passadas, uma vez que somos espíritos criados simples e ignorantes e estamos em processo de aprendizagem e de desenvolvimento intelectual e moral.

Assim como contamos com o livrearbítrio para escolher os caminhos a seguir, contamos também com a “bússola” que nos orienta para um futuro cada vez mais feliz e promissor: a inteligência para distinguir o “bem” e o “mal”; a consciência e o amparo espiritual a fim de nos voltarmos para o bem; a vontade para nos aperfeiçoarmos cada vez mais; a lei natural que rege todo o Universo.

“A lei natural é a lei de Deus; é a única necessária à felicidade do homem; ela indica o que ele deve ou não fazer, e ele só se torna infeliz porque dela se afasta” (Questão 614 de “O Livro dos Espíritos”).

A reforma interior consiste no abandono ou transformação de velhos ideais, pensamentos, sentimentos e costumes em troca de virtudes e qualidades evidenciadas pelo conhecimento, compreensão e assimilação das Leis Naturais que são Leis Divinas. É um processo lento e insensível de modificação de tendências milenares e de comportamentos – processo de evolução progressiva – educação por excelência.

Dificilmente a reforma íntima se faz de um momento para outro, ou seja, por uma inesperada conversão; não depende também da opção por esta ou aquela crença religiosa. Depende, porém, de fatores pessoais, tais como: vontade de saber mais e experimentar bons sentimentos, boas idéias e boas atitudes; fé e confiança na voz da consciência, para não vacilar entre o bem e o mal; disposição para a prática do bem com a cabível e gradativa renúncia aos erros, defeitos e imperfeições e, consequente, substituição destes por virtudes desejáveis; oração e vigilância, para manter a harmonização com as leis naturais e não se deixar cair em tentações.

Apesar de contarmos com o tempo infinito para a evolução intelectual e moral, que também é infinita, a nossa reforma íntima pode e deve ser iniciada desde já a fim de que possamos desfrutar de um viver melhor e de uma felicidade mais consistente, ainda nesta existência, preparando-nos melhor para a vida futura.

  • Texto organizado por Luiz Gonzaga S. Ferreira
  • Araraquara, 15 de novembro de 2008
  • Consultas: Livros básicos da Doutrina Espírita

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