AMIZADE ... COISA PARA SE GUARDAR
Esta é uma recordação agradável pinçada da minha história de vida, que é tão comum como tantas outras. A época: 1946 a 1951; O local: Santa Bárbara D’Oeste; Os personagens: casal, Lenides e Miguel Agostinho (nossos amigos); Arletinha (minha irmã); Luiz e Isabel (meus pais); eu (fotógrafo, por isso não saí na foto).
Amizade espontânea, leal, sincera e descontraída, nos unia e nos proporcionava momentos alegres e felizes, tanto em nossas casas, onde nos reuníamos para “bater papo”, para jogar e para organizar os passeios de final de semana, como nos alegres piqueniques.
O bom humor, as brincadeiras, e a alegria, nunca faltaram entre nós. Cada qual sempre tinha uma surpresa engraçada para animar. A Leonides e minha mãe eram as mais animadas da turma.
Os piqueniques, aos domingos, eram frequentes. Logo pela manhã a Leonides e o Miguel chegavam à minha casa carregando cestas de guloseimas para o almoço em lugares previamente escolhidos. Estávamos esperando com os nossos apetrechos.
Saíamos a pé, cada um carregando o seu farnel; ninguém de mão abanando, como se dizia.
Lembro-me de uma vez que apareci com o braço enfaixado e numa tipóia. Todos lamentaram por eu ter machucado o braço. Em virtude do ocorrido, não poderia carregar o meu fardo que foi distribuído pelos demais... A brincadeira terminou com muita risada quando descobriram a farsa.
O convívio cotidiano deixou de existir quando os meus pais, irmã e eu mudamos em 1951 para Ibitiuva. Mas a amizade com o querido e inesquecível casal não parou por aí. A verdadeira amizade não termina com a separação física. Continuamos nos comunicando através de cartas, telefonemas e visitas.
A amizade, quando estruturada com simpatia, afeto, compreensão e
respeito torna-se um bem durável de inestimável valor.
Nossas vidas certamente mudaram muito. E o conceito de amizade mudou também com o tempo.
Atualmente podemos até nos relacionar socialmente com número maior de pessoas, colegas, vizinhos e conhecidos, mas a “amizade”
verdadeira está, cada vez mais, perdendo o sentido familiar que a caracterizava nos tempos idos. Que pena!
Luiz Gonzaga S. Ferreira - Araraquara, 12/07/09
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