CIVISMO COM AMOR
A “Escola Mista da Estação de Remanso” não desapareceu com o tempo; nem com a retirada dos trilhos da memorável e eficiente Companhia Paulista de Estradas de Ferro; nem com a agressiva invasão da cana de açúcar... nem mesmo com o passar dos seus privilegiados personagens. Não se perdeu nada do seu encanto; a mesma singeleza, o mesmo perfume das flores silvestres que ornamentavam as nossas carteiras... tudo está aqui, nesta cansada memória.
Todos os dias eram igualmente felizes para nós. Diferenciados, porém, graças à imensa dedicação e criatividade da portentosa e inigualável professora, Da. Yolanda.
Certo dia fomos notificados de que teríamos um recreio mais prolongado. Após faustoso lanche composto pela variedade de frutas e requeijão que os coleguinhas traziam dos sítios vizinhos, decidimos partir para uma “pelada” no nosso campinho de chão batido. Reclamamos da falta de um dístico para diferenciar as duas equipes.
Prontamente atendeu-nos a “fada madrinha”. Não houve tempo para maiores reflexões cívicas... Eis que vimos, com espanto, a Professora, assessorada por Da. Isabel, minha mãe, com grande habilidade, cortando em tiras verdes e amarelas, nada mais, nada menos, que a Bandeira Nacional.
É certo que o “Pano-Símbolo”, em questão, já havia sido “reformado”, pelo tempo de digna ostentação cívica... Mas, confesso que, no momento, fiquei perplexo...
Agora tenho certeza de que o civismo não se faz apenas com palavras, gestos, símbolos e bravatas mas, principalmente, com muito amor.
Luiz Gonzaga S. Ferreira - Araraquara, 12/04/09
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